Vamos faturar um milhão
Quando vendermos todas as almas
de nossos índios num leilão"
(R. Russo)
(R. Russo)
Estamos crescendo sim, destinando sete vezes mais de tudo o que produzimos para pagar a dívida externa (Obrigaaaaaaado JK, por começar tudo isso) e interna em relação ao que é destinado de fato para as pessoas que suaram pra produzir o tesouro. Estamos crescendo sim, sem fazer reforma agrária, sem reforma urbana, sem reforma tributária, sem reforma política, enfim, sem porra nem uma que garanta a distribuição dessa renda já escassa. Ainda que, pelo próprio motivo de eu estar escrevendo isso (O Brasil estar crescendo) não se possa afirmar que nada foi feito de bom nos últimos anos, tenho certeza que o Brasil pode sim dar exemplo ao mundo de como é possível crescer de forma sustentável, mas isso não será possível se o Estado Brasileiro continuar pondo os números na frente das pessoas.
O Brasil quer ser grande destinando apenas 5% do que arrecada para a saúde e 3% para a educação. Na prática a saúde e a educação já estão privatizadas. Então a coisa fica mais ou menos assim: Foda-se quem não tem dinheiro! Continuem desdentados, morrendo nas filas do SUS e burrinhos, dependentes das instalações sucateadas do governo. O PROUNI, por exemplo, em geral é um projeto de distribuição de canudos, que joga os alunos de baixa renda em instituições sem projetos de pesquisa ou extensão, ou seja, pessoas que vão fazer um curso técnico com nível superior; o governo deveria direcionar esse recurso pra criar mais vagas nas universidades federais, que mesmo cambaleantes, ainda conseguem a duras penas produzir conhecimento para esse país. Isso sem falar de Belo Monte e toda a política ambiental rendida aos interesses predatórios, como se já não bastasse tudo o que os países desenvolvidos já fizeram contra a natureza.
O Brasil está crescendo. Pisando degrau por degrau. O problema disso é que infelizmente grande parte da massa que compõe esses degraus é formada por pessoas excluídas, e corremos o risco de cometer os mesmos erros que o mundo cometeu até chegarmos ao caos em que vivemos, com tanta miséria distribuída, tanta riqueza concentrada e tanto geocídio cometido. Se continuarmos adotando o modelo de desenvolvimento atual, seremos grandes sim, de fato, um gigante deformado que trará marcas de opressão em sua pele, manchas de sangue em sua fronte e o semblante de quem construiu a torre da felicidade sobre a areia. Eu não quero ser isso quando crescer.
O Brasil quer ser grande destinando apenas 5% do que arrecada para a saúde e 3% para a educação. Na prática a saúde e a educação já estão privatizadas. Então a coisa fica mais ou menos assim: Foda-se quem não tem dinheiro! Continuem desdentados, morrendo nas filas do SUS e burrinhos, dependentes das instalações sucateadas do governo. O PROUNI, por exemplo, em geral é um projeto de distribuição de canudos, que joga os alunos de baixa renda em instituições sem projetos de pesquisa ou extensão, ou seja, pessoas que vão fazer um curso técnico com nível superior; o governo deveria direcionar esse recurso pra criar mais vagas nas universidades federais, que mesmo cambaleantes, ainda conseguem a duras penas produzir conhecimento para esse país. Isso sem falar de Belo Monte e toda a política ambiental rendida aos interesses predatórios, como se já não bastasse tudo o que os países desenvolvidos já fizeram contra a natureza.
O Brasil está crescendo. Pisando degrau por degrau. O problema disso é que infelizmente grande parte da massa que compõe esses degraus é formada por pessoas excluídas, e corremos o risco de cometer os mesmos erros que o mundo cometeu até chegarmos ao caos em que vivemos, com tanta miséria distribuída, tanta riqueza concentrada e tanto geocídio cometido. Se continuarmos adotando o modelo de desenvolvimento atual, seremos grandes sim, de fato, um gigante deformado que trará marcas de opressão em sua pele, manchas de sangue em sua fronte e o semblante de quem construiu a torre da felicidade sobre a areia. Eu não quero ser isso quando crescer.