Baseado na obra de Nelson Rodrigues, conto aqui histórias que deveriam ser mentirosas, mas não são.
O Pastor
Duas amigas no carro. Uma evangélica e outra que não acreditava em nada que não pudesse ver. O telefone desta última toca, a evangélica atende. Era o pastor, colega delas de classe.
- É o pastor.
- Não vou atender.
- Mas que coisa feia. Atende o pastor, pois se uma pessoa ocupada como está te ligando uma hora dessas, provavelmente deve ser uma coisa muito séria.
- Então faz o seguinte. Atende aí e põe no auto-falante. Mas fica calada.
A evangélica sem entender muito bem o que estaria acontecendo faz como a amiga pediu.
- Alô!
- Diga, pastor. O que deseja?
- É que eu estou com uma dor.
- Hum.
- É uma dor que está me incomodando muito e acho que você pode me ajudar.
- Ah, é? E onde é que dói?
- Na minha virilha. Aqui bem perto da minha cueca.
A evangélica arregala os olhos. E imediatamente a que ia dirigindo colocou o dedo indicador entre os lábios dela.
- Na virilha, é? Mas se a dor é perto da cueca eu posso acabar pegando em algo santo.
- Ah, mas se esse acidente acontecer eu posso relevar.
- E se eu gostar do que pegar na cueca e parar de fazer massagem na virilha e só ficar massageando o que há dentro da cueca?
- Acho que posso perdoar esse teu pecado também.
A evangélica dá um suspiro alto e agudo. Quase não acreditando que um dos principais pastores da sua igreja estivesse realmente falando aquilo. Ela olhou novamente o nome da pessoa que estava ligando. Ficou ouvindo bem atenta a voz. Era ele. Mas aquilo simplesmente não era possível. A amiga dela continuava.
- Olha, já que é pecado, então eu posso pecar direito?
- Eu aprendi que é pecado ainda maior não utilizar os dons que se tem.
- E esse pecado eu posso atender com minha boca molhada?
- Se você cometer esse pecado bem direitinho, acho que não tem problema nem um.
- E depois que eu pecar com minha boca, o que eu faço?
- Você deita e relaxa, que aí será a minha vez de pec[a evangélica desliga o telefone, quase que desesperadamente. Com o mesmo desespero começa a dar explicações].
- Pelo amor de Deus, agora não vá achando que todo pastor da igreja é ig[Foi você quem pediu pra eu atender]ual a...
- Eu jamais poderia imaginar que o past[Você não vive me dizendo que eu tenho que ir a Igreja? Acho que já sei em qual igreja vou me converter].
A evangélica engoliu a seco. Ficou calada até chegar ao seu destino. O telefone tocou mais algumas vezes. A que dirigia não quis mais atender. Só havia atendido porque assim como ela só acreditava em coisas que pudesse ver, gostava que as pessoas vissem o que realmente acreditavam.
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8 comentários:
Pra ficar ainda mais podre :
A evangélica liga para o pastor, e diz :
- Fiquei sabendo que você não está bem, que tem sentido dores...será que eu posso ajudar?
Ehehehehe
Beijo, beijo, beijo.
ℓυηα
Rapadura é doce mas não é mole!
Dá pra acreditar em mais nada nessa vida, nem no que vemos!
rsrs
Beijo
Nara
E o pior é que isso existe! Eu por exemplo sei de uma estória real e engraçada como essa! Cairia bem na tua série sobre a igreja! hehe Muito boa tua idéia!
Um abraço!
É esse crer e ver que confunde a galera rs
bj
Grande Eraldo, nosso mundo deve estar cheio dessas histórias por aí. Principalmente no caso desses religiosos que fanatizam seus seguidores. Haja hipocrisia e cara de pau. Pregar uma coisa e praticar totalmente outra! Abração!
Nossa,o.O
q kra falso,nossa,eu em.
o pior q existe um monte de kra assim,q prega algo e faz coisas totalmente contrárias,hipocresia...args,
moço quanta saudade dos teus textos,ando sem tempo pra nada,e sem vontade pra nada,ai ferrou td,tinha parado de ler um pouco aki,e hj q voltei vejo como amo os seus textos.meu jornalista favorito.bjim pra vc.
magnifico texto!
by: sua tiete kelly
ei eraldo voce tem o sonho de ser pastor só pra sentir dor na virilha? ass: paulo e diego
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