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sexta-feira, 25 de março de 2011

A melhor fase sexual de nossas vidas

Certa vez Arnaldo Jabour declarou ao Jô em entrevista que a melhor fase sexual da vida dele é quando ainda não havia vida sexual. Eu não diria que a melhor fase sexual da minha vida era quando ainda não existia, diria que a melhor fase de minha vida sexual é como uma banda de rock. Uma banda pode até ter uma longevidade à Rolling Stones ou U2, mas os melhores discos das vidas deles jamais virá todo ano depois de um certo tempo de carreira consolidada. Há quem, a exemplo de johnny Cash, consiga produzir discos históricos na melhor idade, mas mesmos estes não superam a importância dos discos clássicos de outrora.


Diria que a melhor fase sexual da minha vida foi quando a despia da "langerí" da inocência. Os toques na cegueira do breu da timidez, a ansiedade escaldante sendo inacreditavelmente saciada, a urgência do ali do jeito que der desde que fosse logo, as revelações olfativas, a sensação térmica do pecado, o estranho e lindo olhar de "vem" com os caminhos abertos do prazer, tudo isso recheado com a magia da descoberta, a magia que surge a cada nova relação e a cada novas "soluções" de uma relação duradoura, mas que não encantam como aquela. 

E não acho que o fato de uma fase não voltar, seja ela qual for, é ruim. A vida tem seus ápices inalcançáveis mesmo. Sei que há pessoas adultas, principalmente mulheres, que ainda não viveram o ápice sexual. Muitos o vivem na fase adulta e talvez há quem nunca viva, infelizmente - principalmente mulheres. E eu não falo disso com saudosismo. A minha fase sexual atual não é frustrante, muito pelo contrário. Mas cada fase é uma fase e a gente pode ter nossas preferências sem ficar preso ao passado. Aliás, pensa num cara que adoraria voltar aqui ano que vem desmentindo a mim mesmo sobre qual é a melhor fase sexual da minha vida, se é que me entendem. De repente eu pense nessa fase com esse viés: uma meta a ser superada, pois penso que isso seja muito salutar desde que não sirva como desculpa para quem só consegue viver relações superficiais. Afinal, rotina é uma porcaria; seja a rotina em si ou a rotina de não haver rotina.


E você, já pensou em qual é a melhor fase sexual de tua vida?
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Gostaria de aproveitar a oportunidade pra mostrar o que ganhei da minha amiga Alline do delicioso blog Coisas e Coisas .


Respondendo às perguntas de praxe para o recebimento do selo:
1- Sem o que você não sai na rua?
Mochila.

2- Até onde é capaz de ir per amore?
Até a cama - dos pais dela.

3- Acredita em horóscopo?
Respeito, mas não acompanho.

4- Você é uma pessoa "simples assim" ou complicadézima?
Sou um mosaico de eus.

5- Sabe escolher presentes perfeitos para pessoas especiais?
Só pra mulheres.

6- Acampar é uma delicinha ou um castigo?
Depende da companhia.

7 - O que mudaria no mundo se tivesse poder para isso ou uma varinha de condão?
Que as pessoas tivessem vontade de mudar o mundo sem precisar de varinha de condão.




Dedico este, como costumo fazer, a todos os blogs que sigo. Todos eles são um sonho!

sexta-feira, 18 de março de 2011

Da região Serrana do Rio ao Japão

Após Tsunami e terremoto varrerem parte do Japão, entre um e outro alarmes falsos (e verdadeiros) de novas catástrofes é hora de começar a pensar no recomeço. Mas em cidades do nordeste do Japão, como mostra esta reportagem de Marcos Uchoa, quase todas de pequeno porte, parte do estrago feito pela onda gigante significa quase tudo, o que torna quase impossível a reconstrução de algumas delas. Especialistas afirmam que o superlativo terremoto de 8,8 na escala Richter não foi provocado pelo desequilíbrio ecológico no qual o planeta se encontra. Ao contrário, tal fenômeno é provocado por colisões de placas tectônicas, não tendo influência direta de desmatamentos e aquecimento global conforme o vídeo abaixo explica.


Este terremoto foi o maior da história japonesa. E, a exemplo do que ocorreu ao Haiti ano passado, a região mais empobrecida do Japão foi a mais devastada. Cidades como Rizukentakata, que teve quase 5 mil casas devastadas são bons exemplos de que o recomeço pode jamais existir para a cidade, restando apenas aos sobreviventes procurar corpos e possíveis sobreviventes. O número de mortos até agora registrado no Japão (26.000 até 19-03) tende a aumentar, uma vez que o número de desaparecidos é muito maior.

Deslizamento na região serrana do RJ
Apesar de chocante, as imagens do ocorrido no Japão e mortes em massa não são as únicas a chocar no primeiro trimestre de 2011. No Brasil, as notícias envolvendo desastre natural na região serrana carioca inauguraram as cenas chocantes do ano, com cerca de 900 mortos e milhares de desabrigados. Mesmo em meio a catástrofe japonesa, a onda de protestos norteafricanas que partiu da Tunísia influenciando os países vizinhos chegava à Tunísia com notícias estarrecedoras de guerra civil sangrenta e o genocídio de vários manifestantes por ataques aéreos comandados pelo presidente ditador Kadaffi. Cenas e eventos que acostumamos a ver nos filmes de ficção, com catástrofes e guerras passaram a ser imagens triviais neste início de ano. Números como: 1000 mortos, 200.000 mortos, 100 mortos parecem apenas números.


Imagem ímpar de mulher e cachorro sendo resgatada. Vídeo aqui.

Consequência do Tsunami. Um desavisado poderia dizer que são brinquedos.

Manifestações norte-africanas - imagem da Tunisia.


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CURIOSIDADE: A cidade de Rizukentakata citada na nota é menor do que a área que será alagada como consequência da construção da Usina de Belo Monte.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Dialogando com Rachel Sheherazade sobre o Carnaval.

Eu não gosto de carnaval. Nunca gostei, embora já tenha participado de um ou outro baile em minha vida. Não gosto, principalmente, porque o tipo de música que normalmente tocam nas festas não me anima a dançar. Me sinto um urubu longe da carniça mesmo. É por isso que não gosto de carnaval, e por nada além disso. Agora, aprendi a olhar com um olhar crítico às coisas. E sinceramente acho isso necessário pra tudo na vida. Por isso tenho minhas ressalvas quanto ao Carnaval. E sobre as críticas que faço, não vi ainda quem sintetizasse melhor do que a jornalista Rachel Sheherazade, no vídeo que pode ser visto abaixo.





Pra quem não teve saco pra ver o vídeo (recomendo que vejam depois, quando tiverem tempo), a jornalista explanou maravilhosamente bem sobre as consequências da privatização da alegria que ocorre no carnaval brasileiro. Sobre as críticas que ela fez, assino em baixo. Realmente resume o que tenho contra o carnaval tupiniquim. Agora, vamos combinar que carnaval é sim uma festa interessante. Existem blocos de rua pacíficos e divertidos em todas as partes do país. Aqui mesmo no Pará, carnavais de cidades como Curuçá, Cametá e Vigia dão exemplo disso. Por isso existe sim um lado do carnaval brasileiro que é democrático, divertido e bastante positivo.

Não vejo nada de errado em pessoas gostarem de ouvir músicas com letras que servem apenas (e pra nada além de) dançar no Carnaval. As marchinas do "Carnaval puro", conforme ostentam alguns críticos, eram pra isso também. Não tenho nada contra as pessoas se juntarem pra comemorar. Se sentem vontade, que comemorem, ué - seja lá o que for. "Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é"**. E apesar de me distanciar do carnaval, reconheço que a alegria dos brasileiros, a exemplo dos escravos que festejavam na senzala, tem sim algo de combativo se pensarmos bem.

Agora, O carnaval precisa acabar para que as pessoas sejam mais conscientes e deixem de engolir tudo goela abaixo? Não, mas as pessoas precisam ser mais conscientes e deixar de engolir tudo goela abaixo. O carnaval precisa acabar para que as pessoas parem de ouvir só musiquinhas de carnaval o ano inteiro? Não, mas se faz necessário uma mídia mais democrática para que a gente não tenha que achar que música é só chub-dab qualquer coisa. O Carnaval precisa acabar? Precisa. O Carnaval precisa deixar de rolar o ano todo no Brasil. Depois da terça-feira gorda, não tem a menor graça "brincar de ser feliz" o tempo todo. Fugir uma vez ao ano dos problemas que nos cercam pode ser bom, mas fugir sempre é ser destaque na alegoria "unidos afundaremos". Como diriam meus amados Titãs, "fugir da dor é fugir da própria cura. A partir da quarta-feira de Cinzas, que as máscaras caiam.
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*Imagem do bloco "Pretinhos do Mangue de Curuçá/PA.
** Versos da canção "Dom de Iludir" de Caetano.

segunda-feira, 7 de março de 2011

Aniversário e suas paulinisses

Hoje é meu aniversário. Fazer aniversário no carnaval não combina muito comigo, mas o que importa mesmo é que é mais uma etapa da vida, mais uma linha de chegada e mais uma corrida que se inicia. Assim como Drummond também acho que o cara que inventou dividir a vida em partilhas foi um cara muito sábio (e muito idiota). Mas ao menos assim, uma vez por ano, a gente tem o direito de se sentir o centro do universo. Até recebi homenagem da minha amiga Michele P. Querem ver? É só clicar aqui.






Se felicidade são momentos de felicidade, então eu sou feliz por este dia.

sexta-feira, 4 de março de 2011

Galos, Noites e Quintais - Aventura 4

No dia em que minha irmã faz aniversário - por sinal mesmo dia em que minha querida amiga Michele do blog Meus Devaneios - resolvi publicar algo dedicado a ela, minha irmã Iaiá (na verdade é Naiá) que amo tanto.

AGÔ E IAIÁ

Estávamos no pé de biribá, no quintal de casa, Minha irmã e eu, quando apareceu uma vizinha nossa. A menina foi praticamente criada na rua, e pelo fato de D. Fátima não permitir que os filhos saíssem muito para a rua nessa época, os outros achavam que o povo de casa era tudo besta. Ela perguntou se podia apanhar um biribá da árvore e eu disse não - tava puto porque os moleques viviam subindo lá pra roubar a fruta. A menina respondeu de uma forma bem doce, como as crianças costumam responder, algo como "enfia esse biribá no cu da tua mãe então, seu filho da puta", e eu dei outra resposta singela como "eu vou é enfiar é meu pau no teu cu sua fudida do caralho", e nessa troca de carinhos ficamos, eu e minha irmã (até então calada) na árvore e ela ao muro.

Em seguida, minha irmã se meteu na briga. E como toda mulher é mais sensível que o homem, ela disse que se aquela menina não saísse logo dali ia arrebentá-la no soco. Mas a menina já devia ter mais brigas no currículo do que Lyoto Machida e Bruce Lee juntos. Quando eu percebi a possibilidade de do verbo se tornar soco, o medo começou a bater, e as minhas bravatas, digamos, começaram a diminuir. Então, naqueles segundos antecedendo a primeira bicuda, eu comecei a pedir calma pra minha irmã. Só que a Iaiá não é lá muito fã de começar uma briga e não terminar, independente se ganhar ou perder. E eu, digamos, era (?) frouxo que só a porra.

Finalmente aquele clima de tensão a separar o "então cai dentro, seus fodidos" do soco que apertaria o start da porrada foi por mim apaziguado com um estratégico "deixa ela ir, Iaiá. Ela num é doida de vir aqui". E como a coisa não inflamou logo, a menina foi embora despedindo-se com um cordial "Vão tomar no cu, bando de otário". Minha amada irmã ficou chamando ela pra porrada e quase foi atrás dela quando eu a segurei. Pra nossa (minha) sorte não fomos às vias de fato. O fim dessa história doce de minha irmã e eu foram alguns conselhos serenos. "Da próxima vez que tu começar uma briga, vê se tem coragem de encarar, abestado", acariciou-me minha caríssima irmã. Pra minha sorte, ela ainda me livrou de apanhar pelo menos mais umas dez vezes até nossa doce infância acabar.

*Na adolescência, essa menina brigona tomou muito no cu, mas não acho que possa comemorar, porque suspeito que ela gostou, dadas as famosas filas formadas pra isso em construções abandonadas.

**Eu briguei mesmo duas vezes na minha vida (outro dia eu conto). E por incrível que pareça, não perdi nenhuma rs.
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Feliz aniversário, mana. Que o Deus da justiça e da verdade que condena ou no mínimo tem pena de quem usa o santo nome pra se esconderem atrás do medo do que é diferente possa te acompanhar em cada batalha que travares na vida, mesmo as que sejam pra ajudarem quem mais precisa - como tantas vezes fizeste por mim.