Seguidores

Nuvem de Tags

quinta-feira, 8 de maio de 2014

Quando fui repórter de Polícia - parte 2


PAUTA SEDUTORA

Ela era linda. Magra, não mais alta que eu. Um rosto fino, lábios bem desenhados, charmosa de um olhar cinicamente provocante, mesmo naquele estado de medo e tensão. O fato de ser bandida só a deixava mais atraente. A pessoa a quem me refiro tinha acabado de ser apreendida junto a outra mulher quando reparei nela. Em parceria com mais três homens tiveram o assalto a uma loja de roupas frustrado pela polícia. Havia muita movimentação na Almirante, perseguição policial, gente querendo filmar, gente querendo ver. Gente querendo ver. Ah, e mais gente querendo ver. E eu não conseguia parar de olhar aquela menina de 17 anos deliciosamente algemada a minha frente.

Quando fomos à delegacia, a coisa só piorou. Ela percebeu que de toda multidão ali o único a não querer espancá-la era eu. Não sei se percebeu meu tesão, mas depois de apanhar, ser xingada e receber ameaças verbais, reparar um olhar nem que fosse de pena certamente faria ela buscar ajuda por ali. Vez ou outra me chamava baixinho pra perguntar algumas coisas ao pé do ouvido, ou pedir água, prendedor de cabelo ou coisas assim. Eu continuaria ajudando se ela não fosse tão gata, mas sendo do jeito que era eu não saía do alcance do olhar dela só pra ser chamado de novo.

Pra aumentar meu desespero, a garota havia guardado o próprio celular na calcinha. Sob a ordem do coronel uma PM também bonita colocou luvas e com a permissão da detida retirou o aparelho de “lá”. A moça, algemada com as mãos pra frente, apenas esticou a calça jeans lycra azul claro de coes baixo. Meu ângulo de visão permitiu que eu visse a calcinha e as evidências da depilação bem feita com a mão de outra mulher bonita enfiada “lá”. Era sensualidade demais, meu Deus. Tudo tão deliciosamente natural da parte da infant que à partir daí já não raciocinava direito com a cabeça de cima.

Depois daquilo eu não conseguia mais ser repórter, só um homem com tesão e um amigo solidário à violência a qual ela era irregular e vergonhosamente exposta. Desrespeito total aos Direitos Humanos. Compreendia o ódio das vítimas, mas nada justificava a violência policial. Quando um comandante da Polícia Militar percebeu que ela conversava comigo, chegou a me propor bater na cara dela. Ele realmente achou que eu queria. Recusei, óbvio. Além de ser uma covardia sem tamanho, preferiria estapear aquele rosto depois dela me pedir ofegante numa cama redonda, coberta por lençóis vermelhos ,desarrumados e melados de suor (não vou mentir).

Terminada a apuração voltei à redação pra escrever. Mas quem disse que consegui? E olha que tentei. Mas não deu. Levantei-me e voltei o mais rápido possível àquela delegacia que ficava próxima ao prédio do jornal. Pedi ao delegado permissão pra entrevistá-la numa sala fechada alegando precisar de um depoimento exclusivo. Se ele me permitira antes agredi-la, obviamente não havia razão para recusar. Eu não disse muita coisa depois de trancar a porta. Ela também não. “Eu não posso te livrar dessa prisão, mas posso te dar outra coisa agora. Você quer?”, disse enquanto encostava meu corpo no dela. Houve um beijo rápido, molhado e intenso. Depois, em silêncio e me fitando os olhos, ela simplesmente ajoelhou e me chupou. Deitou-se em seguida na mesa do investigador, e minha língua passeou por ela. Contivemos como deu nossos barulhos, pois de vez em quando alguém fazia ruídos do outro lado da porta. Não demoramos. Não podíamos. Não queríamos. Gozei olhando aquela boca linda aberta e com a língua pra fora pedindo leite. Terminada a punheta, saí aliviado do banheiro e escrevi uma matéria legal, com direito a página dupla e capa do jornal.