Seguidores

Nuvem de Tags

quarta-feira, 27 de julho de 2011

HOMOFOBIA SIM

Como eu sou uma pessoa democrática, que procuro ser acima de tudo justo, eu vou dar aqui oportunidade para pessoas que, como Bolsonaro e Myrian Rios, tem o direito de defender seu ponto de vista enquanto cidadãos e cidadãs. A única coisa que peço é que assistam o vídeo até o fim.


Vídeo indicado por meu amigo, O Iluminado blogueiro Átila.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Postagens Retrô 10 - A Igreja Como ela é

Inspirado na Obra de Nelson Rodrigues, conto aqui histórias que deveriam ser mentirosas, mas não são (editado).




Mocidade


Chegaram praticamente juntos ao Culto da Mocidade. Já se conheciam de vista, mas como chegaram atrasados e ficaram longe de onde estavam sentadas as "panelas" de cada um, começaram a conversar. No início era um papo trivial, até que o olhar de um para o outro passou a ser a comissão de frente de uma porção de alas com fantasias aparentemente exóticas para aquele ambiente. Houve momentos em que um chamou o outro pra falar nada de importante, apenas para não deixar aquele desfile com coreografia improvisada acabar.


Ao fim do culto, descobriram que moravam perto um do outro, então, acabou ele indo para a casa dela. Ela estava só em casa naquela noite. O pai da moça era vigilante e a mãe dela estava viajando. Os dois entraram, e da feita que fecharam o portão estavam num pátio isolado da rua. Na porta da sala, os dois deram continuidade ao desfile iniciado outrora, e apesar da pausa gritante entre a comissão de frente e o carro abre-alas, é possível dizer que não perderam nem um ponto no quisito harmonia. O beijo aconteceu de forma tão envolvente e ao mesmo tempo tão automática que nem um dos dois soube dizer como foi exatamente que chegaram ali.


Ao fim do primeiro beijo, perceberam que cada um ainda estava com a bíblia na mão, e foi dela a iniciativa de colocar as duas bíblias no canto da porta. O segundo beijo, não se sabe se pela atitude anterior dela, ou por qualquer outro motivo, foi bem mais pegado. Ele ficou excitado, e ela, se já não estava, ficou ao sentir a pressão dele. A mão dele desceu até o quadril dela, e com uma força moderada a puxou contra ele, talvez pra fazer ela sentir ainda mais a pressão, ou porque a pressão que ele dava era uma forma de aliviar um pouco da dele. Os dois continuaram se beijando; um beijo cada vez mais ardente, e após a mão dele percorrer toda avenida do corpo dela, a mão dela foi a porta estandarte da noite.


No início ele não entendeu porque ela tentou colocar a mãozinha por dentro de sua cueca, na verdade no início ele achou bem estranho. Ela fez duas tentativas, e na segunda, por instinto, ele percebeu o que ela queria. Ele então encostou seu mundo no dela, ainda que o mundo dela ainda estivesse coberto pelo último manto, o que não os impediu de experimentar uma pequena porção do paraíso. Quando aquilo já estava passando daquilo que ela se permitia fazer naquele momento, ela o afastou, e mentiu dizendo que seu pai estava para chegar. Ele então pegou a sua bíblia (meio contrariado pelo fim, mas muito mais satisfeito pelo caminho percorrido) e saiu pelo portão, dando-lhe um beijo de despedida. Depois ela pegou sua respectiva bíblia e entrou também. Entretanto, talvez eles tenham demorado um pouco mais para voltar ao mundo que conheciam de cor. Palpite meu.


_______________
Hoje é meu dia de estar no blog que é só para quem gosta da coisa (ui). Clique na imagem abaixo e conheça.



quarta-feira, 20 de julho de 2011

Ladrão de super-mercado - Parte 2 de 2

Na postagem anterior, vimos que um sujeito mal vestido e com cara de pobre fora capturado pelos seguranças de um supermercado e estava sofrendo um lixamento moral quando tirou do bolso a carteira da OAB.

Aos olhos dos seguranças e do gerente, toda aquela certeza imagética e preconceituosa que rotula o perfil dos vagabundos foi gradativamente desbotando e dando o tom cinza das incertezas angustiantes. O rapaz levantou da cadeira como quem vira a amante de quatro. "Do que é que vocês estavam me chamando mesmo?", perguntou o rapaz. O gerente, acostumado a ser indagado naquele tom somente pelo chefe, tentou colocar aquela figura exótica no seu devido lugar. "Não me interessa o que você é, se é que é advogado mesmo. Você deve saber muito bem que roubo é roubo. Mesmo sendo um pacote de M & M, você roubou", reagiu o gerente.

O rapaz puxou um gravador de voz do bolso e disse que tudo o que foi dito até então fora gravado. Imediatamente um segurança, tentando garantir a próxima promoção provavelmente, reagiu dizendo que o furto dele é que tinha sido gravado pelo sistema de segurança. "Você tá fodido, seu ladrão", concluiu berrando o segurança, dando um pequeno banho de cuspe no rapaz que tranquilo, com uma soberba real, disse aos demais que aquilo era o que precisava ouvir mesmo. Nesse momento, o gerente aproveitou a deixa do segurança pra descontar nele toda a frustração daquele momento, com xingamentos e tapas na cara do funcionário que deveria ter quase o dobro do tamanho do chefe ali. Sem perder o pique da indignação, o gerente virou para o rapaz. "Olha só, nós temos tudo gravado, mas é bom pararmos logo por aqui. Pode ficar com esse negócio, come até ter dor de barriga e some", falou puxando o rapaz pelo braço em direção à porta.

"Eu só saio daqui depois que pagar", disse o rapaz, mas foi ignorado pelo gerente. Então, num rompante de fúria o rapaz agarrou o braço magro do gerente e empurrou contra a mesa. "Acho que você não tá me entendendo, então deixa eu explicar", gritou o rapaz, parecendo o almirante da tropa. "Tenho uma câmera escondida aqui na camisa. Lá fora, tem uma amiga minha que é jornalista captando e gravando todas as imagens desa conversa, agora olha a porra do preço do M & M no sistema, caralho". O Gerente, engolindo um enorme sapo, começou a procurar o preço. "Anda, caralho", ordenava o rapaz, e quem escutasse de fora, imaginaria que se tratava de mais um menino pobre do bairro levando uma lição e uns tapas pra deixar de ser vagabundo. Entretanto, quanto mais o gerente procurava e não achava o preço, mas ele suava. "Não está registrado no sistema, senhor", falou com voz fina o gerente.

"É claro que não, seu filho da puta", urrou o rapaz. "Assim como a dez anos atrás, eu peguei essa porra dessa embalagem aberta, de um produto que não vende aqui. Só que a dez anos, eu era um moleque da favela que foi humilhado, e mesmo eu dizendo que não havia roubado, fui torturado moralmente, mas hoje eu sou um advogado formado que veio se vingar", berrava o rapaz. "Naquele dia, tu não quis olhar a gravação, mas agora tu vai olhar. Olha aí a gravação daquele corredor as dez da manhã. O gerente viu e atestou. O próprio rapaz havia deixado lá a embalagem, sob algumas outras. 

Então, o gerente começou a implorar para que o advogado ali pedisse o que quisesse. A exposição da imagem dele, e pior, da imagem do supermercado na mídia seria o fim da carreira dele, a humilhação perante parentes, amigos e conhecidos, então ele se colocou de joelhos diante do rapaz e começou a implorar clemência. "Levanta, seu fodido do caralho, que nem os moleques que tu humilha aqui são tão fracos assim", disse o advogado empurrando-o contra a parede. "Agora vira de costas aí, encosta as mãos na parece e abre as pernas", esporrou o vingativo, que logo foi obedecido pelo gerente. Em seguida, ele pediu para que o segurança humilhado a pouco, o maior dos dois, com cerca de 2m de altura enfiasse o dedo médio no cu do gerente.

De início, o gerente tentou negociar, mas a pressão do advogado foi muita, e coube ao gerente continuar de perna aberta. O segurança, bastante constrangido, mas no fundo querendo rir, enfiou então o dedo no cu do gerente como quem procura o útero de alguém. O gerente se esguichou pra cima e soltou um gemido de desconforto. Depois, o advogado ordenou que o gerente não demitisse aquele vigia por pelo menos um ano, e que no dia seguinte, àquela mesma hora, procurasse no endereço dado o cartão de memória com a gravação, a qual teria certeza que se trataria da original.

O gerente, com muita desconfiança, mas sem muita escolha, teve de aceitar. No dia seguinte, no endereço marcado, estava lá o envelope com o cartão de memória. cinco dias adiante, quando finalmente criou coragem para ver, pra sua surpresa só havia um arquivo de power point com uma mensagem escrita ali: "A única parte verdadeira dessa história é que eu fui uma vítima sua a dez anos atrás". Restou ao gerente, portanto, dar o ano de estabilidade ao segurança, para que este não desconfiasse que tudo aquilo era bem pior do que parecia.

Não pararam de tentar roubar o supermercado depois daquele dia, mas depois de alguns dias o gerente percebeu que no cartão de memória havia uma sigla também de três letras: E C A. E após tomar no cu, o gerente começou a deixar que a justiça fosse aplicada como se deve naquele supermercado.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Ladrão de supermercado - Parte 1 de 2

Ele entrou no supermercado com uma roupa aparentemente normal. Blusa de algodão, calça jeans, tênis. O problema é que era tudo gasto, desbotado, um tanto sujo. Assim que entrou o guarda começou a falar ao rádio, pedindo aos colegas da segurança que ficassem de olho. Ele aparentemente não percebeu e continuou a andar pela loja com um carrinho quase vazio, com apenas duas ou três garrafas de vinho barato. Chegando mais a frente, ele avistou uma embalagem de m&m. Parou perto, disfarçou, andou para um lado, para o outro e acabou pegando a embalagem e colocando no bolso. O fiscal do sistema de câmeras de segurança gravou tudo. O rapaz ainda andou pelo super-mercado por mais uns cinco minutos, abandonou o carrinho e foi saindo quando os seguranças o abordaram. Pediram para acompanhá-los. Ele, com a cara fingida de quem não estava entendendo nada acompanhou os seguranças que tinham o dobro do tamanho dele cada um.

Chegando a sala da gerência, o guarda o encostou de frente pra parede, revistou os bolsos e retirou o pacote de m&m. "Aonde você ia com isso?", pergunta o guarda. Ele não responde, e apesar de estar de costas, o guarda tem a sensação de que ele está rindo. "Seu vagabundo, filho da puta. Tu vai se queimar com chocolate?", debocha o guarda enquanto o força a sentar numa cadeira. Quando ele levanta a vista, se percebe rodeado por três guardas do tipo armário e um engravatado. Essa era a estratégia adotada pela loja pra coibir os pequenos furtos que quase sumiram depois que aquele engravatado (gerente) chegara ali 10 anos atrás.

Conforme o treinamento, o gerente começaria a tortura psicológica com ameaças, berros e humilhações. Em seguida, o gerente jogaria a nota com o valor do(s) produtos(s) na cara do infeliz e ordenaria que ele pagasse aquilo até o dia seguinte. Do contrário, a polícia o acharia onde fosse e só Deus sabe o que viria depois. O meliante então, com medo, contava o endereço correto e no outro dia ia pagar. Essa estratégia jamais falhou durante 10 anos, e afastava os ladrões sem gerar repercussões que pudessem fazer os granfinos que iam a loja se sentirem inseguros. para a loja, espetacularizar os crimes era sinal de prejuízo.

O gerente começou. Berrou ao ouvido dele que lugar de vagabundo era na cadeia. Em seguida, os seguranças, muito bem treinados, continuavam gritando e cuspindo toda sorte de ofensas e ameaças. Mas, inexplicavelmente, a reação do vagabundo ali era de calma. Nem semblante de ódio, nem de desespero. Nada. A face dele estava serena, como se ele fosse o patrão ali. Em meio aos gritos, ele tirou a carteira do bolso. "Ah, agora tu vai pagar, é seu fodido?", berrou um dos guardas, meio sem graça com a situação inusitada. Mas ele não puxou dinheiro nenhum, e sim uma carteirinha. Os gritos silenciaram. Os guardas não haviam treinado para aquilo. O gerente recolheu a carteirinha e ficou que nem um menino quando é pego se masturbando no banheiro pela mãe quando percebeu do que se tratava. Olhou o rosto do ladrão. Olhou a foto de novo. A carteirinha poderia ser falsa, mas também poderia ser verdadeira. O gerente então, sentindo gosto de merda na boca, mostrou a carteirinha aos seguranças, apontando para três letras em especial: O A B.

Conclui na próxima postagem...

sábado, 2 de julho de 2011

Estado Democrático de Direito


"No coração do homem é que reside o princípio do fim de tudo"
Leon Tolstoi

Um dia, a humanidade descobriu que é legal ter poder, porque tendo poder, é possível dominar o outro. A partir daí, as relações humanas passaram a se dar de forma tal que os principais mecanismos sociais e políticos criados estivessem a serviço da proteção do dominador contra o dominado. Então, certo dia, a classe dominante criou a mais poderosa das máquinas de deixar as coisas exatamente como estão, ou como (para as elites) devem estar: o Estado. No Brasil, essa história de "Estado Democrático de Direito" não passa de uma falácia para proteger o poder de quem detém o poder. Essa é a razão de existir do Estado, e nenhuma outra mais - que sobreponha essa. Ora, o Estado não está a serviço de todos/as literalmente, porque a PM não bate nos deputados que aumentam o próprio salário mas batem em bombeiros que querem ganhar algo menos miserável para fazer algo que a maioria dos deputados não fazem: trabalhar!






Hoje em dia nós votamos. Votamos sim, e daí? Não podemos confundir democracia com direito de votar. E direito? Que direito? Direito é poder ser atendido pelo SUS? Então proponho o seguinte: A partir de hoje, nenhum filho, neto, bisneto ou tataraneto de deputado, senador, presidente e ministros do Supremo poderá nascer e ter assistência médica em clínica particular, só no SUS mesmo. O mesmo vale para os próprios políticos "eleitos". Também nenhum deles poderá estudar em escola particular até o ensino superior. Aí sim, estes deveriam ter a obrigação de ganhar uma bolsa no PROUNI e estudar em qualquer Instituição de Ensino Superior como estas que proliferam por aí sem qualquer controle da qualidade do ensino. E, claro, como não poderia deixar de ser, cada um desses ganharia a honra de viver com o salário mínimo. Lógico. Salário mínimo não é suficiente pra se viver? Então! Não seria nenhuma maldade, né? O Estado não é democrático? Não é de direito?