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terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Eu fotografei o silêncio

Encontrei Nicole, uma flor paraense de Paragominas, no Sertão dos Inhamuns-Crateús, bem no coração do semiárido cearense. Eu não sou fotógrafo profissional, e nem me considero um amador bom, mas percebi como há pessoas que ganham naturalmente a simpatia das câmeras. Essa moça linda de cinco anos é uma delas. Eu a encontrei numa mesa de negociação na comunidade Malhadas, em Quiterionópolis - CE, e fiz um clique. Fiz outro. As fotos iam ficando boas. Eu olhava pra ela e dizia com meu riso pidão o quanto queria fotografar mais. Ela me olhava de volta. Esperava eu chamar e ia sorrindo pra onde eu indicasse. Ela sempre queria ser fotografada mais e mais e mais e mais.. Sem nenhum de nós falar muita coisa, percebemos como era divertido brincar daquilo. E fui clicando e ela foi sorrindo, pulando, fazendo pose, caras e bocas. Eu me derretia por completo quando ela olhava as fotos para as quais posou e... simplesmente sorria. Ela só sorria. E cada sorriso me dizia uma coisa diferente. Ela não falava com a boca, mas com todo o resto do corpo. Essa menina é um cinema mudo. Como diria Manoel de Barros, "É difícil fotografar o silêncio".