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sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Divórcio está menos complicado do que dizer não agora...


Eu soube hoje: somente agora aprovaram uma emenda constitucional permitindo que as pessoas se separarem a hora que quiserem.

Vou repetir: só agora o Congresso Nacional aprovou uma (emenda à) lei que possibilita às pessoas se divorciarem sem ter que esperar mais de um ano de separação judicial, ou mais de dois anos pra quem não teve saco nem grana pra gastar papel e as tintas pra carimbo dos cartórios, e se separou de fato. Ou seja, pra obter o divórcio de fato, basta que o casal queira, e não há mais necessidade de se passar por uma revisão de vida forçada - algo como: tem certeza? Espera; não responde agora, espera mais um ou dois anos.

Tá certo que a concepção moral no Brasil sobre casamento foi começar a mudar a pouco tempo (somente em 1977 o divórcio foi permitido aqui); que ainda existe muito machismo,;que recentemente estamos tendo um (perigoso) retorno exagerado ao sacralesco (perjorativizando o termo sagrado); tudo bem que sempre cabe dizer que é antes tarde do que nunca; mas... puta que pariu! Não é de hoje que isto funciona na prática. O que me revolta é saber que ao invés de estarmos pensando em políticas públicas que desfavoreçam o esfacelamento das famílias por dentro, estamos ainda aprovando o que na prática já é uma realidade que nos afeta diretamente.

Vivemos uma época em que a mulher trabalha, não aceita mais apanhar do marido e muito menos levar chifre gratuitamente. Então é absolutamente natural que, sobretudo pela emancipação das mulheres, o casamento dure menos. Os casamentos de nossos avós, na imensa maioria, só duravam tanto por conta de preceitos morais arcaicos e por causa do machismo imperante que impedia que a mulher reagisse à cornitude, às pancadas e aos maus tratos.

Minha mãe mesmo fala: "a mulher não pode se comportar como homem. Tudo bem que o homem traia, mas a mulher não pode".

É sempre muito triste uma separação. Sou partidário de que uma separação deve ser consequência do esgotamento de todas as tentativas de recomeço, sobretudo quando há filhos/as envolvidos. Mas, se não há mais sentido na união, é até pior pra (s) criança (s) e pro casal continuar junto.

Mas, na nova era da família, um casal não pode mais trabalhar tantas horas por dia pra ganhar uma merreca. É necessário que se aumente a renda familiar e se reduza a jornada de trabalho. Se uma família tem tempo e dinheiro, ela vai consumir mais, viver mais junto, e isso ajudaria tanto a paz familiar quanto a economia desse país.

Não dá nem pra aplaudir a aprovação da emenda à Constituição (PEC 28/09). Seria como aplaudir um homem lúcido, faixa preta em caratê que ganhou de um bêbado.

2 comentários:

MissUniversoPróprio disse...

Ai ai...não sei se acho bom, pelo fato de facilitar a vida de quem faz uma escolha, ou se acho ruim, pelo fato de facilitar a quebra de uma escolha anterior, que foi a de casar-se.

=/

Obrigada pelo comentário em forma de citação lá no blog, muito bom, adorei! Beijos! ;)

Luna Sanchez disse...

Hoje mesmo falava sobre o "para sempre".

Casar pensando em separar, é loucura. Mas não admitir a possibilidade de, um dia, acabar, também é.

Que bom que as coisas estão descomplicadas.

Beijos de sexta.

ℓυηα

* Adoro Tom Zé.