Baseado na obra de Nelson Rodrigues, conto aqui histórias que deveriam ser mentirosas, mas não são.
Quando a música parava, não eram as palavras moralistas que mais a chateava, mas sim parar de ver aqueles braços tão firmes se movimentando. Até que ela percebeu certa utilidade naquelas palavras-entorpecentes do padre, pois toda vez que parava de tocar, o baterista saía do palco e entrava numa sala. Ela foi lá - escondida. Ele falava ao celular. Ela falou coisa melhor.
A conversa desenrolou-se para o fantástico festival da carne, no qual o paraíso só é alcançado cometendo os pecados certos. Enquanto a platéia atenta gritava glórias e murmurava lamentações e pedidos, eles poderiam se dar ao luxo de gemer com certo fervor enquanto gozavam. Não foram poucas as vezes, pois a cada intervalo, a sala, a qual somente o baterista tinha acesso, era revisitada. Ele dizia que estava resolvendo um problema muito importante ao telefone, enquanto que para aos amigos dela, ela não tinha gostado do convite e teria partido.
Quando estava para acabar o evento, ela deu a volta e entrou de novo naquela ilha cercada de verdade por todos os lados. Os amigos dela ficaram felizes, acreditando que as preces feitas com muito fervor e sinceridade por ela tivessem sido atendidas.
_________________
Saiba mais da Igreja como ela é aqui
Carnaval com Cristo
Na terra onde as pessoas cospem no pecado que comeram, existem umas ilhas nas quais se constrói uma redoma de vidro em volta da realidade, nelas uma multidão de avestruzes enterram a cabeça na areia pretendendo ver o céu, e chamam ia sso de "Carnaval com Cristo". Nesse mundo estranho em que se aplicam drogas injetáveis de fé, uma alienígena não conseguia deixar de ser de carne e osso - ou pelo menos era a única que admitia isso - e só tinha olhos para os braços viris do baterista.
Quando a música parava, não eram as palavras moralistas que mais a chateava, mas sim parar de ver aqueles braços tão firmes se movimentando. Até que ela percebeu certa utilidade naquelas palavras-entorpecentes do padre, pois toda vez que parava de tocar, o baterista saía do palco e entrava numa sala. Ela foi lá - escondida. Ele falava ao celular. Ela falou coisa melhor.
- Se sentir emoção e ter vontade de chorar é sentir o Espírito Santo, então toda vez que assisto os filmes do Clint eu vou à Igreja.
- Quem é você?
- Se você quer tanto ir pro céu, não acha que existem meios mais interessantes pra isso?
A conversa desenrolou-se para o fantástico festival da carne, no qual o paraíso só é alcançado cometendo os pecados certos. Enquanto a platéia atenta gritava glórias e murmurava lamentações e pedidos, eles poderiam se dar ao luxo de gemer com certo fervor enquanto gozavam. Não foram poucas as vezes, pois a cada intervalo, a sala, a qual somente o baterista tinha acesso, era revisitada. Ele dizia que estava resolvendo um problema muito importante ao telefone, enquanto que para aos amigos dela, ela não tinha gostado do convite e teria partido.
Quando estava para acabar o evento, ela deu a volta e entrou de novo naquela ilha cercada de verdade por todos os lados. Os amigos dela ficaram felizes, acreditando que as preces feitas com muito fervor e sinceridade por ela tivessem sido atendidas.
_________________
Saiba mais da Igreja como ela é aqui
13 comentários:
É a "perdição"
Nem tô vermelha, viu?
Beeeeeijo
Metafórico seu texto. Gostei D
nossa.
o.O igrejas sempre com mentiras por trás..na verdade,são as pessoas..enfim,acho q nimguém consegue ser totalmente santo,sempre há "erros",em lugares q deverima não haver,mas enfim,somos humanos,e carregamos isso.
acho q deveriam parar só um pouco mais com toda essa hipocresia e enganação,mas isso faz parte né?sem isso não seria a igreja.
E olha que é uma história de heterossexuais... imagine se fosse de homossexuais... hehe.
"- Se sentir emoção e ter vontade de chorar é sentir o Espírito Santo, então toda vez que assisto os filmes do Clint eu vou à Igreja."
Putz grila! Ótima sacada!
Texto delicioso! Tava com saudades daqui! Obrigada pelo carinho! Beijos!
Gosto das realidades paralelas, e essa, que rolava na salinha reservada, parece ótima! =)
Saudades de ti, guri.
Beijo, beijo.
ℓυηα
Olá, Eraldo!
Indiquei um selo bem especial pro seu blog, tá? Veja lá no meu cantinho.
Saudade de você, viu?
Beijoca!
Olá meu querido!!
Não gosto de alegria com hora marcada, mas é bem melhor q tristeza com hora marcada!
Enfim ñ marquemos hora para nosso carnaval ... vá a igreja ou qualquer lugar q quiser... e realize sempre suas fantasias
bjinhus Lelli
vc já conhece minha coluna?
http://prosaemverso.com.br/index.php/2010/02/23/exercicio-de-liberdade-um-por-dia-mesmo-que-quinzenal/
s não quiser tb fique a vontade!
Ui...Vc tem o dom!!!
rs
bjkas
Caraca...e se eu te disser que essa música (do comment que vc me deixou) é exatamente a minha m´suica com o 'causador' de tanta reflexão? Fiz um video pra ele e a coloquei...e toda vez que ligo o rádio, ela está tocando...aí agora vem vc com ela tb!
Obrigada pelo carinho, querido! Beijão!
Gosto das suas metáforas e da forma como lida com as palavras...
Um beijo
http://meninamisteriosa.wordpress.com/
http://www.aceuabertodaboca.blogspot.com/
Postar um comentário