A corrida eleitoral se aproxima e vemos a importância política da mesma ser reduzida a pessoas, a rostos, a personalidades, não mais a projetos, não ,mais a concepções. No pleito do ano que vem, partidos como PT e PSDB despontam como os rivais de então, mas a rivalidade se limita a uma posição mais populista do PT contra uma mais elitista do PSDB, mas, no grosso, ambos com o mesmo projeto. Não dá pra dizer ainda quem vai ganhar, mas dá pra dizer que esse marasmo em que se encontra a política brasileira só poderia mudar com uma reforma política consistente ou com uma reviravolta dos movimentos sociais, então em fase de recuperação após a traição dos PTistas.
Aliás, na direção de alguns movimentos hoje encontram-se muitos líderes que abandonaram a luta no início do primeiro mandato de Lula, cedendo a um messianismo que já denotava sua falsidade na Carta (navalha) ao povo brasileiro, mas que, após serem passados para trás, voltaram com uma postura de esquerda revolucionária e tudo mais, retomando o caminho na base com um ar de revolucionários com a tensão-pós-frustração, por não conseguirem mamar nas tetas da união como os caciques PTistas e seus novos aliados sujinhos conseguiam. uma coisa tão abominável que imagino o velho Che se revirando na cova diante de tamanha falsidade e hipocrisia.
No recaminho após a decepção-Lula, estão em jogo atores que ainda não conseguiram perceber que o cenário político mudou, e que essa mudança sim pode ser atribuída ao governo Lula, que deixou o sonho pra trás e trouxe à tona uma realidade que muitos não queriam ver, mas que está aí, esfregando na nossa cara que não podemos só questionar o outro, com uma visão bem de conto de fadas na qual ELES sempre são os maus e NÓS somos os bons, porque o que separa esses "bons" desses "maus" é uma linha tão tênue e fina que a maioria anda não conseguiu enxergar ainda.
Refazer um novo PT ou algo parecido não me parece o caminho. Acredito que o caminho é caminhar de mãos dadas, olhando nossos próprios erros antes de olhar as deficiências dos outros, retomando nossa espiritualidade profética, e organizar o povo tendo a certeza que o capitalismo ainda massacra a vida, mas que não estamos mais na guerra fria, pois o povo precisa de educação sim, mas isso não significa que eles sejam completamente cegos.
Quanto às eleições do ano que vem, caso queiram ainda apostar em algum partido, apostem no PSOL, e rezem para que não se decepcionem como eu já me decepcionei, pois pra mim ele já é o novo PT. Mas se vocês querem saber mesmo o meu voto pro ano que vem, ele já está definido: votarei nulo, pois com essa estrutura eleitoral e política, nosso voto é um arremesso sempre certeiro de lixo ao lixo.
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