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segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Privatização do Açaí



Na terra do açaí nós pagamos muito caro pela ganância de nossos grandes empresários. Vê-se por aí uma campanha pela demonização do açaí vendido pelo visinho da esquina, prática tão comum ao povo paraense, especialmente na região do Guajará, no norte do Estado.
Primeiramente o que se vê é a carestia demasiada do açaí devido a demanda excessiva do produto exportado para outros lugares do Brasil e do mundo. Como os proutores precisam honrar o contrato com os importadores, acabam subindo o preço do açaí local para que a procura diminua e não haja confusão com a falta de abastecimento, semelhante, inclusive, com o que acontece com o pescado nessa região abundante em rios e peixes.

O que mais vemos na TV são notícias de como o açaí está ficando popular no Brasil, mas o que não se vê claramente na TV são as consequências disso para o povo paraense, sobretudo o povo mais empobrecido. Primeiramente, surgiu ma campanha acusando o açaí de transmitir a doença de Chagas, algo que, se fosse verdade, certamente já teria matado milhões de pessoas; mas você conhece agluém que pegou essa doença por causa do açaí comprado na esquina?

Agora estão intensificando essa campanha, auludindo-nos a considerar apenas o açaí vendido em grandes redes de supermercados seguros à nossa saúde. Isso demonstra a tentativa de condenar os pequenos vendedores, favorecer ao grande empresariado e ao mesmo tempo fazer com que a procura pelo açaí em nossas terras fique cada vez menor. Procure na mesa do pobre belenense um peixe bom, por exemplo. Quase não se vê, e isso é consequência da carestia do preço local para favorecer a exportação, e estão querendo que num futuro próximo somente os ricos tomem açaí todo dia.

Se fosse de boa vontade esse denuncismo por parte da mídia, haveria também uma campanha pelo esclarecimento dos pequenos vendedores sobre quais cuidados tomar diante da problemática da falta de higiene, por exemplo, mas não é isso que se vê. O que se vê é uma tentativa nojenta de privatizar o açaí nosso de cada dia. Começaram pelas sestas artesanais feitas pelos ribeirinhos (que transportam os carços da colheita para a venda), dizendo que ela fazia mal à saúde. O resultado disso é que hoje grande parte do açaí vem transportado em recipientes plásticos, prejudicando os ribeirinhos que economicamente viviam disso e favorecendo ao grande empresariado que disponibiliza produtos industrializados, e agora estão querendo demonizar os pequenos vendedores.

No futuro, a partir das denúncias feitas pela mídia, quando o governo da elite perceber que tais blasfémias tem aceitação pelo povo, haverá uma portaria, ou um decreto, ou um projeto de lei aprovado que proibirá a venda dos pequenos comerciantes, ou então uma série de exigências que só quem poderão cumprir serão vendedores com bala na agulha, e tal investimento certamente será resvetido também para o preço. E com isso, acharemos muito barato o litro do açaí comprado a R$ 15,00.

Por isso, o recomendável é que continuemos comprando açaí no botequim, convercemos com os "seus manéus" para cada vez mais investir em melhores condições de higiene, porque isso ajudará para que o açaí continue não só sendo um patrimônio do povo paraense, mas um alimento acessívela todos e todas. Se os ricos querem comprar açaí pasteurizadinho num local refrigerado e coisa e tal, que continuem, mas eu não quero que o povo precise enricar para poder usufruir de um presente dado de graça por Deus.

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