Eu tenho o péssimo hábito de não admitir minhas fragilidades, no sentido de procurar adequação às minhas deficiências óbvias, como por exemplo, a memória péssima para gravar nomes de pessoas. Isso é muito complicado no meio acadêmico, ou em debates mesmo, quando quero usar argumento por autoridade (citar nome de autores/ pensadores/pessoas relevantes para embasar minha tese). Em relação ao vício, por exemplo, eu lembro que há tempos no jornal "Cidadania" do IBASE, escrevia um colunista nipônico pelo qual eu tinha/tenho uma profunda admiração. Esse cidadão do qual não lembro o nome (e que há de me perdoar) escreveu o texto, que pra mim, melhor expõe os porquês do vício, sobretudo em entorpecentes, de forma mais profunda, mais sensível e convincente.
O japa dizia (dessa vez ele não me perdoará, certamente) que o vício é uma consequência da sociedade de consumo, e quanto mais aumenta a cultura de consumo, mais aparecem os efeitos colaterais, pois, em virtude do lucro cada vez maior, somos incentivados diariamente a consumir além do que de fato necessitamos.
Isso faz com que precisemos cada vez mais consumir coisas que nos deem o sentimento de grandeza artificialmente. Por exemplo, quando uma pessoa compra exageradamente mais roupas do que pode usar, ela na verdade está viciada em compras, pois, mesmo após o mais eficiente dos conselhos, dificilmente uma pessoa que compra compulsivamente em um shopping deixará tal prática sem um dado esforço; esforço que muitas vezes só em compensado com auxílio de um tratamento psicológico. O mesmo vale pra pessoas que comem mais do que podem, que se bombam, que jogam videogame de mais, que usam internet demais, e, consequentemente, as que usam drogas.
Existe obviamente um agravante aos usuários de drogas. As substâncias não só provocam dependência química, como também provocam a morte física com uma velocidade maior, mas, uma pessoa que tem um "vício psicológico" em internet, por exemplo, não é exatamente uma pessoa viva, pois dedica todo o tempo em que poderia estar vivendo uma vida extraordinária de verdade em aventuras virtuais para simular uma existência de grandeza.
Os vendedores de drogas sofrem um preconceito maior por serem, na sua maioria, pessoas de baixa renda, mas, o mal que os hanburgueres da McDonalds provam à saúde também são muito graves - resguardadas as devidas proporções - e não sofrem a mesma discriminação. Então, usa-se o discurso contra as drogas em campanhas, em encontros, nas igrejas, e na mídia de uma forma geral de forma propositalmente limitada, pois o consumismo é defendido como forma de crescimento de um país. E de fato, os EUA são o país mais rico e poderoso do mundo, mas é também o país que mais tem jovens que cometem acessos deliberados de loucura provocados por esses outros vícios, como por exemplo metralhar pessoas em cinemas e escolas, pois, o vazio existencial provocado por uma vida artificial paltada em consumo, os leva a querer experimentar uma grandeza real da forma como eles aprenderam com suas babás eletrônicas.
Portanto, quando formos debater os vícios em entorpecentes, proponho fazer um debate mais amplo, que leve em consideração toda uma prática que nos leva a uma vida de vícios que muitas vezes não percebemos. Convido também, a todos e a todas a revisar a sua vida, e meditar se, sem perceber, não está viciado/a em alguma coisa que está fazendo mal a sua vida real e você nem percebe.
Isso faz com que precisemos cada vez mais consumir coisas que nos deem o sentimento de grandeza artificialmente. Por exemplo, quando uma pessoa compra exageradamente mais roupas do que pode usar, ela na verdade está viciada em compras, pois, mesmo após o mais eficiente dos conselhos, dificilmente uma pessoa que compra compulsivamente em um shopping deixará tal prática sem um dado esforço; esforço que muitas vezes só em compensado com auxílio de um tratamento psicológico. O mesmo vale pra pessoas que comem mais do que podem, que se bombam, que jogam videogame de mais, que usam internet demais, e, consequentemente, as que usam drogas.
Existe obviamente um agravante aos usuários de drogas. As substâncias não só provocam dependência química, como também provocam a morte física com uma velocidade maior, mas, uma pessoa que tem um "vício psicológico" em internet, por exemplo, não é exatamente uma pessoa viva, pois dedica todo o tempo em que poderia estar vivendo uma vida extraordinária de verdade em aventuras virtuais para simular uma existência de grandeza.
Os vendedores de drogas sofrem um preconceito maior por serem, na sua maioria, pessoas de baixa renda, mas, o mal que os hanburgueres da McDonalds provam à saúde também são muito graves - resguardadas as devidas proporções - e não sofrem a mesma discriminação. Então, usa-se o discurso contra as drogas em campanhas, em encontros, nas igrejas, e na mídia de uma forma geral de forma propositalmente limitada, pois o consumismo é defendido como forma de crescimento de um país. E de fato, os EUA são o país mais rico e poderoso do mundo, mas é também o país que mais tem jovens que cometem acessos deliberados de loucura provocados por esses outros vícios, como por exemplo metralhar pessoas em cinemas e escolas, pois, o vazio existencial provocado por uma vida artificial paltada em consumo, os leva a querer experimentar uma grandeza real da forma como eles aprenderam com suas babás eletrônicas.
Portanto, quando formos debater os vícios em entorpecentes, proponho fazer um debate mais amplo, que leve em consideração toda uma prática que nos leva a uma vida de vícios que muitas vezes não percebemos. Convido também, a todos e a todas a revisar a sua vida, e meditar se, sem perceber, não está viciado/a em alguma coisa que está fazendo mal a sua vida real e você nem percebe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário