Meus professores costumam dizer que se um cachorro morde uma pessoa, isso pode até ser novidade, mas não é notícia; mas se uma pessoa morde um cachorro, isso sim é notícia. Portanto, o inusitado faz parte desse universo midiático no qual se quer vender mais para pessoas sedentas do nada trivial, digamos assim. Quando aparece uma notícia bombástica como é o caso da gripe suína, imagino como os donos das grandes corporações devem babar de felicidade pela possibilidade de se espetacularizar mais uma novidade.
No início, a gripe começou a ser chamada de suína, obviamente pra se fazer aluzão à gripe aviária de anos atrás, que aterrorizou principalmente a Ázia. Uma fórmula perfeita para se vender notícia. Embora a carne do porco não ofereça riscos para a saúde, porque ninguém come carne de porco crua, a grande mídia não parou de propagar a notícia de forma análoga a gripe aviária. Semanas depois a indústria que vende os leitões reagiu e parte da mídia começou a inventar nomes alternativos pra agradar aos patrocinadores: gripe A, H1n1, Nova Gripe, etc.
O fato é que essa "nova gripe" não é mais perigosa que a gripe comum, mas os veículos de comunicação quase não noticiam isso, ou se o fazem, não dão a mesma ênfase dada ao avanço da doença, ou ao aumento do número de mortos, ainda que o número de mortos seja, comparado às infecções, muito inferior, denotando a baixa periculosidade da doença. Na Inglaterra, por exemplo, foram 100.000 infectados, e SÓ 30 mortos. Mortos esses, que, se fosse atingidos pela gripe comum, fatalmente morreriam também.
Apesar dos esforços do ministro da saúde para tranquilizar a população, ou de setores auternativos da mídia fazerem esforço pra amenizar o terrorismo feito pela grande imprensa em nome do lucro sujo, penso que somente uma "nova novidade" fará com que a nova gripe seja deixada mais de lado e encarada como uma doença tão perigosa quanto a mentira, o consumismo e o cinismo.
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