Inspirado na Obra de Nelson Rodrigues, conto aqui histórias que deveriam ser mentirosas, mas não são (editado).
Mocidade
Chegaram praticamente juntos ao Culto da Mocidade. Já se conheciam de vista, mas como chegaram atrasados e ficaram longe de onde estavam sentadas as "panelas" de cada um, começaram a conversar. No início era um papo trivial, até que o olhar de um para o outro passou a ser a comissão de frente de uma porção de alas com fantasias aparentemente exóticas para aquele ambiente. Houve momentos em que um chamou o outro pra falar nada de importante, apenas para não deixar aquele desfile com coreografia improvisada acabar.
Ao fim do culto, descobriram que moravam perto um do outro, então, acabou ele indo para a casa dela. Ela estava só em casa naquela noite. O pai da moça era vigilante e a mãe dela estava viajando. Os dois entraram, e da feita que fecharam o portão estavam num pátio isolado da rua. Na porta da sala, os dois deram continuidade ao desfile iniciado outrora, e apesar da pausa gritante entre a comissão de frente e o carro abre-alas, é possível dizer que não perderam nem um ponto no quisito harmonia. O beijo aconteceu de forma tão envolvente e ao mesmo tempo tão automática que nem um dos dois soube dizer como foi exatamente que chegaram ali.
Ao fim do primeiro beijo, perceberam que cada um ainda estava com a bíblia na mão, e foi dela a iniciativa de colocar as duas bíblias no canto da porta. O segundo beijo, não se sabe se pela atitude anterior dela, ou por qualquer outro motivo, foi bem mais pegado. Ele ficou excitado, e ela, se já não estava, ficou ao sentir a pressão dele. A mão dele desceu até o quadril dela, e com uma força moderada a puxou contra ele, talvez pra fazer ela sentir ainda mais a pressão, ou porque a pressão que ele dava era uma forma de aliviar um pouco da dele. Os dois continuaram se beijando; um beijo cada vez mais ardente, e após a mão dele percorrer toda avenida do corpo dela, a mão dela foi a porta estandarte da noite.
No início ele não entendeu porque ela tentou colocar a mãozinha por dentro de sua cueca, na verdade no início ele achou bem estranho. Ela fez duas tentativas, e na segunda, por instinto, ele percebeu o que ela queria. Ele então encostou seu mundo no dela, ainda que o mundo dela ainda estivesse coberto pelo último manto, o que não os impediu de experimentar uma pequena porção do paraíso. Quando aquilo já estava passando daquilo que ela se permitia fazer naquele momento, ela o afastou, e mentiu dizendo que seu pai estava para chegar. Ele então pegou a sua bíblia (meio contrariado pelo fim, mas muito mais satisfeito pelo caminho percorrido) e saiu pelo portão, dando-lhe um beijo de despedida. Depois ela pegou sua respectiva bíblia e entrou também. Entretanto, talvez eles tenham demorado um pouco mais para voltar ao mundo que conheciam de cor. Palpite meu.
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Hoje é meu dia de estar no blog que é só para quem gosta da coisa (ui). Clique na imagem abaixo e conheça.
Ao fim do culto, descobriram que moravam perto um do outro, então, acabou ele indo para a casa dela. Ela estava só em casa naquela noite. O pai da moça era vigilante e a mãe dela estava viajando. Os dois entraram, e da feita que fecharam o portão estavam num pátio isolado da rua. Na porta da sala, os dois deram continuidade ao desfile iniciado outrora, e apesar da pausa gritante entre a comissão de frente e o carro abre-alas, é possível dizer que não perderam nem um ponto no quisito harmonia. O beijo aconteceu de forma tão envolvente e ao mesmo tempo tão automática que nem um dos dois soube dizer como foi exatamente que chegaram ali.
Ao fim do primeiro beijo, perceberam que cada um ainda estava com a bíblia na mão, e foi dela a iniciativa de colocar as duas bíblias no canto da porta. O segundo beijo, não se sabe se pela atitude anterior dela, ou por qualquer outro motivo, foi bem mais pegado. Ele ficou excitado, e ela, se já não estava, ficou ao sentir a pressão dele. A mão dele desceu até o quadril dela, e com uma força moderada a puxou contra ele, talvez pra fazer ela sentir ainda mais a pressão, ou porque a pressão que ele dava era uma forma de aliviar um pouco da dele. Os dois continuaram se beijando; um beijo cada vez mais ardente, e após a mão dele percorrer toda avenida do corpo dela, a mão dela foi a porta estandarte da noite.
No início ele não entendeu porque ela tentou colocar a mãozinha por dentro de sua cueca, na verdade no início ele achou bem estranho. Ela fez duas tentativas, e na segunda, por instinto, ele percebeu o que ela queria. Ele então encostou seu mundo no dela, ainda que o mundo dela ainda estivesse coberto pelo último manto, o que não os impediu de experimentar uma pequena porção do paraíso. Quando aquilo já estava passando daquilo que ela se permitia fazer naquele momento, ela o afastou, e mentiu dizendo que seu pai estava para chegar. Ele então pegou a sua bíblia (meio contrariado pelo fim, mas muito mais satisfeito pelo caminho percorrido) e saiu pelo portão, dando-lhe um beijo de despedida. Depois ela pegou sua respectiva bíblia e entrou também. Entretanto, talvez eles tenham demorado um pouco mais para voltar ao mundo que conheciam de cor. Palpite meu.
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Hoje é meu dia de estar no blog que é só para quem gosta da coisa (ui). Clique na imagem abaixo e conheça.
12 comentários:
Inspirado em Nelson?
Assim a semana será repleta,
bjks
Carnaval e Igreja!
Perfeito contraste!
Ou seria mais do mesmo???
Bem Rodrigueano mesmo e como tal fantástico ... diz bem dos falsos puritanismos religiosos ...
Eita, que texto bom! Lembro dele.
Vou clicar ali, boniteza.
Um beijo.
Gosto dessa ideia de relançar postagens interessantes, para remomorar grandes momentos linguísticos nossos.
Muito EXCITANTE a sua história...Tbm gostei do blog "Imputáveis"
bjoxxxxxxxxxxx querido!
Gosto do jeito que me levas no texto, fico na expectativa do que está pra acontecer. E acontece! rsrs
Saudades, Eraldo!!!
Um beijo!
Huuum....
Nelson!!
Adorei...
Linda semana
Tempinho que não vinha aqui. Vim retribuir a visita e adorei a nova "cara" do blog, Eraldo. Adorei mesmo... beijos!
Ó, gostei tanto do layout!!! e como ninguém está falando nada isso quer dizer que ele não é tão novinho, né? =/
Ando displicente com minhas leituras, mas que o layout tá lindo, tá lindo. Deu uma leveza aos textos. =)
beijo
*vou ler o texto, já volto
Excelente !
FATO!
Beijos Meus
Coração !
só para constar ... eu sou uma destas q vc mencionou no coments por lá ... kkkkkk
Também tenho o mesmo palpite! Delícia de texto! Beijo
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