
A vida é divida por um imenso muro. Em cada lado um extremo. Para um canto, um jardim ensolarado e sorridente; para o outro, um quintal soturno e imundo. E no meio do muro, caminham quase todas as criaturas medrosas e manipuláves, bípedes e míopes, que morrem de medo de tomar qualquer posição que as tire da condição de pessoas que brincam de ser felizes e fogem incessantemente da dor para/com e pelo bem do Deus-mercado.
Embora tanto os habitantes do jardim como os ocupantes do quintal precisem de quem está em cima do muro para conseguirem aplicar seu plano de poder, quem habita o lugar mais perto do céu, nas alturas dos tijolos, não se importa muito com nada disso desde que continue se divertindo. E o problema não está no sim ou no não, mas no talvez. E o que seria da lei se não fosse o pecado? Haveria o oi sem o tchau? O problema, de fato, reside mesmo no radicalismo dos moderados.
É óbvio que o muro não interessa a quem está na lama, pois quem está na lama quer mais é chegar no lugar abastado. O muro, como não poderia deixar de ser, serve a quem domina o jardim. Os proprietários do jardim permitem que um ou outro habitante do muro visite ou passe a morar lá, desde que os verdadeiros jardineiros continuem no quintal, ainda que toda a beleza daquele paraíso só exista por causa do suor daqueles trabalhadores. O muro, portanto, é mais do que um refúgio. É uma barreira de proteção, que precisa permanecer assim para que não desabe por sobre a realeza no jardim.
Na verdade, o muro não é o melhor refúgio que existe. Muitos reclamam dos buracos e da falta de acabamento que assola quase toda a extensão da covardia acimentada. Mas, para o desespero dos jardineiros, consertam-se os buracos, reparam-se as pinturas, sem haver no muro quem ouse questionar o próprio muro. O sonho dos jardineiros é que os próprios murenses ajudassem-nos a destruir o muro; para os moradores do jardim, não haveria jardim sem muro. E para quem está em cima do muro... tanto faz. Eis o momento, portando em que não tomar posição torna-se uma tomada de lado da forma mais eficaz e imbecil possível.
Embora tanto os habitantes do jardim como os ocupantes do quintal precisem de quem está em cima do muro para conseguirem aplicar seu plano de poder, quem habita o lugar mais perto do céu, nas alturas dos tijolos, não se importa muito com nada disso desde que continue se divertindo. E o problema não está no sim ou no não, mas no talvez. E o que seria da lei se não fosse o pecado? Haveria o oi sem o tchau? O problema, de fato, reside mesmo no radicalismo dos moderados.
É óbvio que o muro não interessa a quem está na lama, pois quem está na lama quer mais é chegar no lugar abastado. O muro, como não poderia deixar de ser, serve a quem domina o jardim. Os proprietários do jardim permitem que um ou outro habitante do muro visite ou passe a morar lá, desde que os verdadeiros jardineiros continuem no quintal, ainda que toda a beleza daquele paraíso só exista por causa do suor daqueles trabalhadores. O muro, portanto, é mais do que um refúgio. É uma barreira de proteção, que precisa permanecer assim para que não desabe por sobre a realeza no jardim.
Na verdade, o muro não é o melhor refúgio que existe. Muitos reclamam dos buracos e da falta de acabamento que assola quase toda a extensão da covardia acimentada. Mas, para o desespero dos jardineiros, consertam-se os buracos, reparam-se as pinturas, sem haver no muro quem ouse questionar o próprio muro. O sonho dos jardineiros é que os próprios murenses ajudassem-nos a destruir o muro; para os moradores do jardim, não haveria jardim sem muro. E para quem está em cima do muro... tanto faz. Eis o momento, portando em que não tomar posição torna-se uma tomada de lado da forma mais eficaz e imbecil possível.
"Aqueles que não gostam de política
são dominados por aqueles que gostam"
(Frei Betto)
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Imagem extraída do blog http//:3.bp.blogspot.com